A construção de uma Pedagogia Inclusiva não se dá, ainda, nas Universidades, e, tão pouco, nos cursos superiores e licenciaturas. Talvez, por isso, muitos justificam sua incapacidade para aplicá-la, em razão da falta de conhecimento e qualificação para tal.
Montessori, no início do século passado, trouxe-nos uma proposta pedagógica inclusiva que, infelizmente, muitos ainda desconhecem. Assim como, a promoveu num mundo marcado por forte autoritarismo, exclusão e guerras.
O método Montessori resultou de uma experiência pedagógica bem sucedida com crianças que apresentavam deficiência intelectual, cuja a única intervenção que recebiam era de natureza clínica.
Após serem instruidas em um processo pedagógico dirigido por Maria Montessori, estas crianças foram submetidas a uma avaliação nacional, juntamente com as demais que estudavam em escolas regulares. As crianças atendidas por Montessori, destacaram-se na avaliação, apresentando excelente desempenho.
Tal fato despertou em Montessori o desejo de expandir seu método para as demais escolas de Roma, de modo que toda a infância pudesse ser beneficiada por ele. Foi assim, que ficou mundialmente conhecido.
O método Montessori é inclusivo na sua origem, por esta razão a Pedagogia Inclusiva pode guiar-se por seus princípios pedagógicos.
Da mesma forma que o Pedagogia Montessoriana, a Pedagogia Inclusiva é humanista, carregada de generosidade, amorosidade, respeito às diferenças e individualidades.
A Pedagogia Inclusiva não é um método.
A Pedagogia Inclusiva é uma filosofia de vida.
A Pedagogia Inclusiva promove o desenvolvimento humano, num ambiente preparado para a criança, respeitando seu nível de desenvolvimento, ritmo e potencialidades.
A contribuição da Neurociência no Aprendizado de todos
Toda experiência, desde os primeiros anos de vida, deixam marcas em nosso cérebro e determinam quem somos.
Nascemos, sim, com um equipamento neurobiológico particular, que pela educação que recebemos, somando-se à herança genética, aliada à fatores ambientais e neurobiológicos, com a devida mediação pedagógica, intencional e ativa, resultarão num indivíduo em particular.
Considerando que a efetiva aprendizagem deixa marcas físicas no cérebro, já que pesquisas feitas no cérebro de Einstein, objetivando identificar a origem de sua genialidade, identificaram sinais semelhantes à letra grega ômega. E, estes sinais correspondiam a uma das atividades realizadas pelo ilustre cientista, que era a prática de tocar violino.
A Educação de crianças com autismo deve fazer uso das descobertas neurocientíficas, que podem trazer muitas contribuições quando se trata de promover uma aprendizagem efetiva, reconfigurando um cérebro que vem com limitações neurobiológicas, mas, não está limitado a elas.
A abordagem Montessoriana nos desperta para este olhar cheio de possibilidades.
Solange Sampaio de Oliveira
Pedagoga e neuropsicopedagogia Especialista em Autismo
Um abraço 💙💙💙🌻