Recentemente, vasculhando na internet, tive a felicidade de encontrar e assistir ao filme: MEU FILHO, MEU MUNDO. Trata-se da história real do casal Neil Kaufman e Samahria Kaufman, e sua experiência com o autismo.
O filme nos mostra, sobretudo, a
força e determinação desses pais que não se deixaram vencer pelo autismo. Eles
o venceram. A partir de um programa
pedagógico, criado de forma intuitiva, denominado
Son- Rise, eles conseguiram curar o filho, que hoje dirige a “The Autism
treatment center of América”. Uma
organização que já treinou milhares de pais e mães de vários países, dando-lhes
aquilo que lhes haviam tirado, após um diagnóstico de Autismo: ESPERANÇA
.
Neil Kaufman e Samahria Kaufman não se
conformaram com os prognósticos dados pela classe médica ao filho, que nos primeiros anos de vida foi
diagnosticado com autismo severo, apresentando, ainda, um QI abaixo de 30.
Um prognóstico é, antes de tudo,
um juízo médico antecipado baseado em
diagnóstico. Uma previsão ou “profecia” do que os pais de uma criança com
autismo devem esperar de seu filho. E, geralmente, os prognósticos são sempre
desalentadores e pessimistas para estes casos.
No entanto o casal Kaufman se
negou a aceitá-lo. Eles acreditavam na possibilidade de cura e superação, e isso o filme mostra com maestria.
O Método Son-Rise
Fazendo uma análise pedagógica do
Programa Son- Rise é possível identificá-lo
em vários aspectos com as teorias pedagógicas desenvolvidas por Vygotsky, cujo
pensamento coloca o processo de
interação entre os sujeitos e o mundo como a base do desenvolvimento humano e da
aprendizagem.
O casal Kaufman acreditava (e
essa é a base do método) que a maior dificuldade da criança com autismo está na
sua incapacidade de interação. Sendo
assim, todos os demais problemas advém desta dificuldade, como por exemplo a
capacidade de comunicação. E, nisso, eles acertaram. Vygotsky defendia a ideia de que a aprendizagem move o desenvolvimento e
não o contrário.
Portanto, à medida que o sujeito passa a interagir com o mundo,
há como consequência o desenvolvimento
de habilidade e capacidades humanas, dentre elas a linguagem. Que no início é rudimentar e aos poucos vai
se especializando, com a ampliação do repertório linguístico, que advém da expansão
de suas experiências sociais, primeiramente com a mãe e aos poucos com outros
pares e grupos sociais. O ser humano é um ser social. Portanto, a interação
social é a base do seu desenvolvimento.
Partindo desse pressuposto o programa Son-Rise propõe que se promova o máximo de interação com a criança, mas de um
modo prazeroso e estimulante, tanto para esta quanto para seus pais. Afinal que
graça tem interagir com alguém que não demonstra satisfação nessa interação?
Para estes momentos lúdicos e de prazerosa
interação, o casal criou em sua casa, no início da década de 70, o que
denominaram de quarto do brinquedo. Um espaço específico para o desenvolvimento
de atividades lúdicas com o filho que apresentava autismo. As atividades
duraram por cerca de 3 anos, no fim dos quais a criança foi plenamente
socializada. A partir de então tal
experiência passou a servir de referência de tratamento para crianças com
autismo até dias atuais.
O método do casal Kaufman demonstrou-se
eficaz na cura do filho, apesar de todas as previsões pessimistas da classe médica. Dizem que contra
os fatos não existem argumentos. E o fato é que hoje o jovem Raun Kaufmam,
filho do casal que criou o método Son Rise, é bem
sucedido tanto no âmbito profissional quanto no pessoal. Graduou-se com honras
em ética biomédica e, atualmente, dirige o centro de treinamento fundado por
seus pais em Massachusetts, nos EUA .
O grande mérito do programa é
devolver a esperanças aos pais de crianças e jovens com autismo. A partir daí
superam-se crenças deterministas e equivocadas, assumindo-se uma postura otimista em relação a esse
transtorno. “No Programa Son-Rise, a
aceitação da pessoa com autismo, associada a uma atitude positiva – de
entusiasmo e esperança – em relação ao potencial de desenvolvimento desta
pessoa, são princípios básicos para o tratamento.”(Revista autismo/online)
Pais de crianças com autismo
devem acreditar, sobretudo, no infinito potencial de seus filhos, assumindo uma
atitude positiva diante da vida, de modo
a promover com entusiasmo suas capacidades e habilidades tendo em vista sua
inserção social. Tudo isso, com grandes
doses de afetividade e aceitação. Nós devemos isto às crianças e jovens com
autismo.
Para saber mais, acesse:
http://www.autismtreatmentcenter.org/contents/languages/portuguese_version.php
Para saber mais, acesse:
http://www.autismtreatmentcenter.org/contents/languages/portuguese_version.php
Imagens: Google





