sexta-feira, 15 de novembro de 2013

Pedagogia Son-Rise: uma esperança para o Autismo




       Recentemente, vasculhando na internet,  tive a felicidade de encontrar e assistir ao filme: MEU FILHO, MEU MUNDO. Trata-se da história real do casal  Neil Kaufman e  Samahria Kaufman, e sua experiência com o autismo.


     O filme nos mostra, sobretudo, a força e determinação desses pais que não se deixaram vencer pelo autismo. Eles o venceram.  A partir de um programa pedagógico,  criado de forma intuitiva, denominado Son- Rise, eles conseguiram curar o filho, que hoje dirige a “The Autism treatment center of  América”. Uma organização que já treinou milhares de pais e mães de vários países, dando-lhes aquilo que lhes haviam tirado, após um diagnóstico de Autismo: ESPERANÇA
.


    
      Neil Kaufman e Samahria Kaufman não se conformaram com os prognósticos dados pela classe médica ao filho,  que nos primeiros anos de vida foi diagnosticado com autismo severo, apresentando, ainda, um QI abaixo de 30.


     Um prognóstico é, antes de tudo, um juízo médico  antecipado baseado em diagnóstico. Uma previsão ou “profecia” do que os pais de uma criança com autismo devem esperar de seu filho. E, geralmente, os prognósticos são sempre desalentadores e pessimistas para estes casos.


     No entanto o casal Kaufman se negou a aceitá-lo. Eles acreditavam na possibilidade de cura e superação,  e isso o filme mostra com maestria.


O Método Son-Rise



     Fazendo uma análise pedagógica do Programa Son- Rise  é possível identificá-lo em vários aspectos com as teorias pedagógicas desenvolvidas por Vygotsky, cujo pensamento  coloca o processo de interação entre os sujeitos e o mundo  como a  base do desenvolvimento humano e da aprendizagem. 


     O casal Kaufman acreditava (e essa é a base do método) que a maior dificuldade da criança com autismo está na sua incapacidade de interação.  Sendo assim, todos os demais problemas advém desta dificuldade, como por exemplo a capacidade de comunicação. E, nisso, eles acertaram. Vygotsky defendia  a ideia de  que a aprendizagem move o desenvolvimento e não o contrário.

    Portanto, à medida que o sujeito passa a interagir com o mundo,  há como consequência o desenvolvimento de habilidade e capacidades humanas, dentre elas a linguagem.  Que no início é rudimentar e aos poucos vai se especializando, com a ampliação do repertório linguístico, que advém da expansão de suas experiências sociais, primeiramente com a mãe e aos poucos com outros pares e grupos sociais. O ser humano é um ser social. Portanto, a interação social é a base do seu desenvolvimento.




      Partindo desse pressuposto o programa  Son-Rise propõe que se promova  o máximo de interação com a criança, mas de um modo prazeroso e estimulante, tanto para esta quanto para seus pais. Afinal que graça tem interagir com alguém que não demonstra satisfação nessa interação?


     Para estes momentos lúdicos e de prazerosa interação, o casal criou em sua casa, no início da década de 70, o que denominaram de quarto do brinquedo. Um espaço específico para o desenvolvimento de atividades lúdicas com o filho que apresentava autismo. As atividades duraram por cerca de 3 anos, no fim dos quais a criança foi plenamente socializada.  A partir de então tal experiência passou a servir de referência de tratamento para crianças com autismo até dias atuais.


     O método do casal Kaufman demonstrou-se eficaz na cura do filho, apesar de todas as previsões  pessimistas da classe médica. Dizem que contra os fatos não existem argumentos. E o fato é que hoje o jovem Raun Kaufmam, filho do casal que criou o método Son Rise,  é  bem sucedido tanto no âmbito profissional quanto no pessoal. Graduou-se com honras em ética biomédica e, atualmente, dirige o centro de treinamento fundado por seus pais  em Massachusetts, nos EUA .


     O grande mérito do programa é devolver a esperanças aos pais de crianças e jovens com autismo. A partir daí superam-se crenças deterministas e equivocadas, assumindo-se  uma postura otimista em relação a esse transtorno.  “No Programa Son-Rise, a aceitação da pessoa com autismo, associada a uma atitude positiva – de entusiasmo e esperança – em relação ao potencial de desenvolvimento desta pessoa, são princípios básicos para o tratamento.”(Revista autismo/online)


     Pais de crianças com autismo devem acreditar, sobretudo, no infinito potencial de seus filhos, assumindo uma atitude  positiva diante da vida, de modo a promover com entusiasmo suas capacidades e habilidades tendo em vista sua inserção social. Tudo isso, com  grandes doses de afetividade e aceitação. Nós devemos isto às crianças e jovens com autismo.

Para saber mais, acesse:
http://www.autismtreatmentcenter.org/contents/languages/portuguese_version.php 



Imagens: Google




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