quarta-feira, 9 de julho de 2014

Autismo e acomodação sensorial


Fonte: johannaterapeutaocupacional.blogspot

O desenvolvimento humano carece de um processamento adequado das informações que nos chegam através dos sentidos (tato, olfato, visão, audição, paladar, sistema vestibular e proprioceptivo). A integração dos múltiplos sentidos nos permite uma representação coerente do mundo, de modo sistemático e organizado.

Pessoas que se encontram dentro do espectro autista apresentam algum tipo de desconforto ou transtorno sensorial, em menor ou maior grau. O que em cada sujeito vai se manifestar de um modo particular. Conhecer esse aspecto do transtorno nos permitirá usar as estratégias adequadas de modo a promover, além do bem estar, o desenvolvimento e a aprendizagem de crianças com autismo.

“Algumas crianças são hipersensíveis quanto à recepção de informações sensoriais. Por exemplo, crianças relatam serem capazes de ouvir conversas ou o som de móveis sendo arrastados em outros prédios. Outras crianças são tão sensíveis ao estímulo táctil (toque) que não toleram a sensação da etiqueta em suas camisetas. Por outro lado, algumas crianças aparentam ser hipossensíveis a estímulos sensoriais, ou seja, são pouco sensíveis e necessitam de uma maior intensidade de estímulo para que este seja percebido. Como exemplo, algumas crianças buscam a sensação de intensa pressão ao serem massageadas ou ao serem firmemente enroladas em pesados cobertores. Pesquisadores com Judith Bluestone (Instituto HANDLE, em Seattle, EUA), apontam para a possibilidade da hiposensibilidade ser na verdade uma hipersensibilidade ao extremo, o que levaria a pessoa a bloquear totalmente uma determinada sensação.”(http://www.inspiradospeloautismo.com.br/o-que-e-autismo/integracao-sensorial-para-autismo)

Fonte: http://johannaterapeutaocupacional.blogspot.com.br/2010/10/processamento-sensorial.html



TÉCNICAS DE ACOMODAÇÃO SENSORIAL ÚTEIS PARA O DIA-A-DIA


          Acomodação proprioceptiva - Ofereça lugares pequenos e aconchegantes para a criança como casinhas de boneca, cabanas, ou até mesmo caixas grandes. Um cantinho cheio de almofadas, um puff grande, colchão ou foutton também servem. 

Use coletes pesados, cobertores pesados, cobertas mais pesadas para oferecer momentos de tranquilidade e calma.

 Um saco de dormir ajuda a acalmar.  Integre a criança nas atividades pesadas da casa: carregar as compras, colocar o lixo            pra fora, pendurar roupa no varal, guardar roupas, arrumar compras no armário, molhar plantas com um regador pesado.

Acomodação auditiva - Use objetos como tapetes, cortinas e almofadas para absorver o ruído exterior e o eco.  Crianças com ouvidos muito sensíveis devem ter seu quarto posicionado no local mais calmo da casa. Cuidado com sons altos de telefone, campainha, televisão e rádio. 

Acomodação visual - Use cortinas grossas ou blackouts para diminuir a intensidade da luz          natural ou artificial vinda do exterior da casa. Minimize a bagunça visual guardando a maioria dos brinquedos em caixas. Dê atenção especial para a iluminação da casa com quantidade e intensidade adequada. Use abajoures ou luzes refletidas na parede se a iluminação for um grande problema. Pinte as paredes com cores suaves e evite muitos objetos ou quadros. Se a sua criança ao contrário, precisar de muito estímulo, pinte o seu quartos com cores claras e vibrantes e pendure alguns móbiles. Acomodação visual. Tenha um armário específico para os brinquedos e organizados de forma fácil para você e ele.

         Acomodação visual e auditiva - Diminua o estímulo visual e auditivo para prevenir distrações. 
                Acomodação motora - Use timers para sinalizar o início e final de uma atividade.
           
              Acomodação vestibular - Pendure uma rede ou balanço em algum lugar tranquilo da casa ou coloque um balanço no jardim.

             Acomodação vestibular e proprioceptiva - Um colchão d'água ou colchão de ar pode ser tranquilizante.


Outras estratégias para estruturar a rotina diária:

- Use pistas visuais para ajudar no cumprimento de tarefas.

- Use uma agenda ou quadro de tarefas para informar o que vai acontecer a cada dia (com imagens ou foto da própria criança realizando a atividade).

- Quebre a atividade em pequenos passos para facilitar o entendimento e dê tempo para que ela processe a informação.

 Ex: ao invés de dizer: pegue as roupas e coloque no cesto, dê a 1ª ordem e somente depois dela pegar as roupas é que você pede para colocá-las no cesto.

- Estabeleça rotinas e cumpra-as. Isto ajuda a criança a saber o que virá pela frente e a manterá calma. Quando é necessário haver quebra na rotina, avise-a antes e dê as pistas visuais.

- Prepare o dia da escola na noite anterior: separe a roupa, sapatos e lanche com antecedência para poupar tempo e evitar estresse.

- Se a sua criança não atende pelo nome, use o toque para ajudá-la.

- Sempre que possível use pistas visuais para tudo.

- Aprecie a companhia um do outro!!!

Fonte: http://claumarcelino.blogspot.com.br/2011/10/acomodacoes-sensoriais-para-o-ambiente

domingo, 6 de julho de 2014

O poder do elogio e do incentivo na criança

           A experiência escolar para qualquer criança é cercada de muitos desafios. Especialmente para as que convivem com limitações, sejam elas neuromotoras, físicas, sensoriais, neurobiológicas ou de natureza comportamental. 


Aula passeio no Teatro Amazonas/2013
          Crianças com TEA (transtorno do espectro autista) são crianças que também necessitam de encorajamento. No trabalho clínico realizado com estas crianças é visível como o encorajamento tem o poder de alavancar o seu desenvolvimento. 

          Toda a atividade que a criança consegue completar é comemorada, com palmas ou elogios ao seu desempenho. Percebemos que este gesto deixa as crianças mais autoconfiantes. Estas passam a acreditar mais em suas capacidades e sentem-se mais dispostas a iniciar qualquer atividade, porque se sentem seguras de si.

Aula passeio: uma aula diferente e prazerosa
          Por outro lado, precisamos ter consciência do poder de nossas atitudes. Nossas crianças percebem quando acreditamos em suas capacidades; isso lhes dá segurança para tentar. Pois sabem que contarão com nosso apoio e afeto. 

          Educar crianças exige sensibilidade, paciência e persistência.

Ser crianças é ser feliz

          Muitos educadores desistem logo no início. Não se sentem desafiados a tentar de outra forma; e quantas vezes forem necessárias. Se uma estratégia não está dando certo, precisamos repensá-las. Como também, outras formas de estimular nossas crianças devem ser testadas. Às vezes, são nessas tentativas e na pesquisa, que encontramos a resposta. A nossa persistência irá contaminá-las. Elas perceberão que vale a pena continuar insistindo.

          Tenho na clínica um pote com confeitos coloridos e os utilizo, também, para encorajar as crianças e parabenizá-las pelo esforço. Eles são em formato de coração. E, sempre que concluem toda a atividade recebem um ou mais, e ficam muito satisfeitas e felizes. É fato que existem as que não gostam, mas só de saber que o mereceram ficam bastante felizes.

Ensina a criança no caminho em que deve andar e jamais se desviará dele.
           
          No trabalho diário, seja na clínica ou na escola, não estamos apenas encorajando nossas crianças a melhorar o desempenho escolar. Estamos ao mesmo tempo incutindo-lhes valores e princípios que farão parte de sua personalidade. É possível que haja mais acréscimos e ganhos em termos emocionais do que, propriamente, cognitivos. O que podemos mensurar pela mudança de comportamento, a partir da aquisição de valores éticos e morais. Um aspecto que considero o mais relevante de todos.  Pois os prepara para a vida e os desafios que esta esconde.

Na criança reside o germe da humanidade.

          Sabemos da violência que ainda existe no ambiente escolar e que se manifesta através do bullying. Nossas crianças com deficiência são, na maioria das escolas, vítimas deste mal. Possivelmente, se nos preocupássemos mais com a formação dos valores morais no sujeito, veríamos surgir um ambiente mais acolhedor e tolerante para todos.
           
        Portanto, incentivar e encorajar atitudes éticas e morais são de extrema relevância, se pretendemos construir, através da educação, uma sociedade mais humana e solidária.

Sobre pesquisa realizada a respeito do poder do elogio basta acessar em: .http://www.justrealmoms.com.br/elogie-seu-filho-do-jeito-certo/

Uma ótima leitura,
Beijos!!!