sexta-feira, 29 de junho de 2012

VIDEOPALESTRA: TEMPLE E O AUTISMO

         Nesta palestra, realizada por Temple, você terá a oportunidade de conhecer alguns aspectos de como funciona a mente de  pessoas com autismo. Temple destaca informações esclarecedoras sobre o modo peculiar de como pessoas com autismo absorvem as informações do mundo exterior, assim como, o modo particular de processá-las:

          "Você tem de fugir da linguagem verbal, eu penso por imagens (...) o cérebro normal ignora os detalhes. Bem, se você está construindo uma ponte, detalhes são muito importantes. Ou, ela cairá se você ignorar os detalhes". (Temple Grandin foi diagnosticada com autismo aos 2 anos de idade).

         Espero que todos nós possamos tirar proveito de suas experiências e orientações, pois, nos ajudarão, certamente, a entender melhor nossas crianças com autismo, oferecendo-lhes as condições ambientais e educacionais necessárias para que possam se desenvolver de forma plena e saudável.
















quarta-feira, 27 de junho de 2012

TEMPLE GRANDIN E O AUTISMO


Uma das principais queixas dos familiares de pessoas com autismo é a falta de informação e orientação sobre a síndrome. Muitos se sentem impotentes diante de uma criança com autismo; por não saberem como agir diante de seu comportamento estereotipado, sua fixação em determinados objetos e as tão indesejáveis “birras”. Para responder a algumas das indagações que cercam o mundo das pessoas envolvidas com o autismo,  considero muito oportuna a leitura do  artigo científico  da Dra. Temple Grandin.

 Nele, dentre outras contribuições, a autora destaca sua trajetória de vida com o autismo, desde a infância até a vida adulta. Temple é conhecida mundialmente por seu trabalho em favor do autismo.

Temple foi diagnosticada com autismo aos 2 anos de idade, em 1950. Na época, pouco conhecimento havia sobre a síndrome. Aos 4 anos começou a falar com a ajuda de uma fonoaudióloga.

Sobre a capacidade de pensar visualmente, Temple relata no artigo um aspecto curioso desse pensamento, ao explicar como fazia para compreender a oração do “Pai Nosso”:

“Quando eu era pequena, eu precisava visualizar a oração do "Pai Nosso" para compreendê-la. O "poder e a glória" eu via como torres elétricas de alta tensão e um imenso arco-íris brilhante formando um sol. A palavra "transgressão" era visualizada como um sinal de "proibido traspassar" preso na árvore do meu vizinho. Algumas partes da oração eram simplesmente incompreensíveis para mim. O único tipo de oração não visual que eu tenho é quando eu penso em música.”

Sobre o seu processo de alfabetização, Temple destaca a importância de sua mãe como alfabetizadora e do método que esta utilizou:

“A minha mãe foi a minha salvação no que diz respeito à leitura. Eu nunca teria sido capaz de aprender pelo método que requer a memorização de centenas de palavras. Palavras são muito abstratas para se lembrar. Ela me ensinou através de fonemas antigos, que não são usados atualmente. Depois que eu trabalhei bastante e aprendi todos os sons, eu fui capaz de ler as palavras. Para me motivar, ela lia uma página e parava subitamente na parte mais empolgante. Eu tinha que ler a próxima sentença. Gradualmente, ela foi lendo menos e menos. A Sra. David W. Eastham do Canadá ensinou seu filho autista a ler, com métodos similares, fazendo uso de alguns métodos montessorianos. Muitos professores pensavam que o menino fosse retardado. Ele aprendeu a se comunicar datilografando e veio a escrever lindas poesias. Douglas Biklen da Universidade de Syracuse, já conseguiu ensinar algumas pessoas autistas não-verbais a escrever fluentemente na máquina de escrever. A princípio, para evitar repetição em uma só tecla, os pulsos são sustentados por outra pessoa. “

Sobre as fixações tão comuns no comportamento autista, Temple nos apresenta os seus significados. Em seguida, orienta os professores sob como tirar proveito delas em favor da criança com autismo, de modo que possam representar o início de uma carreira profissional futura:

“Outra das minhas fixações eram as portas de correr de vidro. No início eu estava interessada nelas porque eu gostava da sensação de vê-las se movimentando. Depois, gradualmente as portas tiveram outro significado para mim. (...) Um adolescente autista que tenha interesses desse tipo pode ser estimulado a aprender mais sobre ciências. Se o meu professor tivesse me desafiado a aprender os mecanismos e partes eletrônicas da porta de correr, eu provavelmente teria entrado na área de eletrônica. As fixações podem ser tremendos motivadores e os professores precisam usar essa ferramenta. Quando os interesses da criança são estreitos é preciso trabalhar para aumentá-los e transformá-los em atividades construtivas. O mesmo princípio pode ser aplicado tanto em crianças com um comprometimento pequeno quanto crianças com comprometimento mais forte com o autismo. Simons e Sabine (1987) dão uma lista com muitos bons exemplos.”(...) Muitas das minhas fixações, à princípio, estavam relacionadas aos meus sentidos. Quando eu estava na quarta série, gostava de usar um certo tipo de propaganda eleitoral que era feita de duas placas de madeira presas de maneira que eu as vestia como se fosse um vestido. Na verdade, eu gostava de me sentir um sanduíche com as placas na frente e atrás. Alguns terapeutas dizem que o uso de uma veste mais pesada freqüentemente reduz a hiperatividade”.

Com base em sua experiência, Temple defende a necessidade da intervenção precoce para tratar o autismo, assim como professores qualificados para prestar apoio e direcionar suas fixações.

Uma ótima leitura! Acesse o artigo completo aqui: http://www.autismo-br.com.br/home/Grandin1.htm


segunda-feira, 25 de junho de 2012

MINHA EXPERIÊNCIA PEDAGÓGICA COM O AUTISMO



Em 2005, recebi o convite para atuar como pedagoga no então Centro Municipal de Educação Especial, pertencente à Secretaria Municipal de Educação em Manaus/Am.  Fiquei surpresa com o convite, já que não possuía nenhuma qualificação nesta área, ao mesmo tempo em que me senti desafiada a aceitá-lo, movida por questões éticas e morais.
É muito comum ouvir de profissionais da educação a justificativa de que não podem atender uma criança com deficiência em razão de não possuírem formação específica para tal. No entanto, os profissionais que atendem às crianças com deficiência, na maioria das vezes, não tiveram formação específica, na graduação, para atuarem na área.  Sendo assim, assumem a responsabilidade por sua formação, participando, constantemente, de cursos, seminários e congressos (quando podem arcar com os custos ou são gratuitos). Além de muitas leituras sobre o tema, buscando sempre articulá-las a sua prática pedagógica.
                Durante os anos de assessoramento às turmas que atendiam crianças com deficiência nos incomodava a falta de criatividade de uma parcela dos professores no uso dos recursos pedagógicos. Em geral, a atividade de rotina centrava-se, sempre, na realização de exercícios no caderno ou mimeografados. O objetivo era, parecia-nos, manter o aluno sentado na cadeira, realizando infindáveis cópias, muitas vezes sem o mesmo  ter compreensão alguma do que estava fazendo. Um ato mecânico, desprovido de sentido. Outro desconforto era perceber que havia alunos que permaneciam longos períodos na Classe Especial sob a justificativa de que não estavam aptos a serem integrados ao ensino regular. Alguma coisa estava errada.
                Essa foi a razão pela qual decidimos elaborar um projeto de intervenção pedagógica baseado no uso dos jogos de regras como forma de mediar a aprendizagem, de modo a auxiliar tanto o aluno quanto o professor. Um ano depois, vimos  que poderíamos usar esse mesmo projeto em turmas de alunos com autismo, matriculados na Escola Especial André Vidal de Araújo.  Tínhamos a crença de que era possível ajudar às crianças com autismo a vencerem algumas de suas limitações no âmbito da interação, comunicação e aprendizagem, através da aplicação dos jogos de regras.
                Sabemos que uma das principais dificuldades  das crianças que apresentam autismo está em estabelecerem interações positivas com o outro, de modo que isto acaba afetando a sua comunicação e o desenvolvimento de sua linguagem. Nesse sentido, é preciso investir recursos e estratégias pedagógicas visando sua socialização, de modo a estimular e desenvolver tais competências.
                Alguns imaginam que para lidar com uma criança com TEA (Transtorno do espectro do autismo),  devemos nos moldar ao seu comportamento, na verdade é justamente o contrário ou não faria sentido falar em socialização para esses pequenos.  
Desse modo a aplicação dos jogos de regras cumpriu muito bem o seu papel, já que são capazes de promover a interação mediada pela atividade lúdica, de um modo muito agradável e “indolor” para crianças com autismo. A troca, a partilha, a observância do limite entre a minha ação e a ação do outro, estimulam o desenvolvimento do autocontrole da conduta e consequente autonomia.
Além disso, as crianças atendidas foram capazes de desenvolver habilidades sociais muito importantes, tal como aprender a lidar com suas próprias frustrações, no momento em que perdiam no jogo. No início, evidentemente, ocorreram às birras, mas, com o passar do tempo - à medida que as regras do jogo eram assimiladas - elas foram cedendo a uma atitude de resiliência, o que significou para nós um grande avanço. Como esse tipo de habilidade só pode ser aprendido na prática, a convivência social através do jogo foi fundamental.
Crianças com autismo são, sobretudo crianças, dotadas  de uma personalidade própria. Não existe uma criança com autismo igual à outra com o mesmo transtorno. Não faz sentido buscar estabelecer procedimentos pedagógicos baseados em padrões de comportamentos autistas que só existem na literatura médica.
 Não existe um padrão único de comportamento que caracterize as crianças com autismo, da mesma forma que não existe um padrão único que caracterize os ditos normais. Sendo assim, não existe uma receita pronta, uma orientação prévia. Somente o contato com uma criança com autismo nos permitirá conhecê-la e entender que ela é produto muito mais das interações que estabelece com o meio do que fruto, apenas, de um transtorno.
Muitos profissionais por conhecerem profundamente os padrões que caracterizam um comportamento autista, ao se depararem com o sujeito real, não conseguem enxergá-lo, pois o que eles veem é, somente, o Autismo.
No entanto, ao se permitirem conhecer crianças com autismo percebem que não existe um comportamento homogêneo neste grupo, apesar de todos apresentarem limitações no processo de interação em maior ou menor grau. Quando isto acontece chegam a duvidar que determinadas crianças tenham autismo já que estas não se encaixam na maioria das características descritas pela literatura médica.
Não estamos negando a existência do Autismo. O nosso desejo é que as pessoas passem a enxergar as crianças com autismo, antes de tudo, como crianças. Para as quais a educação no âmbito familiar e escolar são tão importantes para elas quanto para qualquer outra criança.
Não desejamos que todo comportamento de uma criança com Autismo seja justificado, apenas, pelo transtorno. Já que dependendo da natureza das interações que estabelece com o meio e  os sujeitos, sua resposta poderá ser positiva ou não.  O fato é que não é possível definir os limites entre o que é resultado do transtorno e o que não é. Para alguns, todo o comportamento da criança é justificado pelo Autismo, porque é a única coisa que as pessoas enxergam: uma “criança autista”. Quando deveriam enxergar uma criança com Autismo. O autismo é apenas um dos seus atributos.
Essa mudança de perspectiva faria uma enorme diferença no atendimento às crianças com Autismo. Talvez assim, poderíamos encontrar mais respostas do que indagações. De antemão, podemos afirmar que existe um leque de possibilidades, pois, em condições favoráveis, pessoas com autismo podem se desenvolver de forma plena e saudável. É nisso que acreditamos.
Nota:
             Existe um registro em vídeo do trabalho realizado com estas crianças no ambiente da Escola Especial, em 2010.

Este relato foi elaborado no período em que a pedagoga Solange Oliveira atuou como assessora pedagógica das Classes Especiais, Salas de Recursos e Escola Especial sob a coordenação da Profa. RENI FORMIGA, gestora da Gerência de Educação Especial da Secretaria Municipal de Educação, em Manaus/Am, em 2010.


quarta-feira, 20 de junho de 2012

CONSCIÊNCIA AMBIENTAL NA RIO+20


Representantes dos Governos do mundo inteiro são os convidados especiais da Conferência  Rio+20, cuja principal tarefa  consiste na elaboração de um documento, fruto do consenso nos debates e reflexões,  na perspectiva, espera-se, da construção de um mundo mais sustentável.  Vinte anos após a conferência anterior, realizada no Rio em 1992, teremos mais uma vez a oportunidade de refletir, em âmbito nacional e internacional, sobre o futuro que desejamos para o mundo nos próximos vinte anos.

O maior desafio para os líderes mundiais e os mais variados segmentos sociais está na capacidade de definir uma equação que possa reduzir  a pobreza;  promovendo justiça social e preservação ambiental.

“A definição mais usada para o desenvolvimento sustentável é:

O desenvolvimento que procura satisfazer as necessidades da geração atual, sem comprometer a capacidade das gerações futuras de satisfazerem as suas próprias necessidades, significa possibilitar que as pessoas, agora e no futuro, atinjam um nível satisfatório de desenvolvimento social e econômico e de realização humana e cultural, fazendo, ao mesmo tempo, um uso razoável dos recursos da terra e preservando as espécies e os habitats naturais”. (www.wikipedia.org)

Se pudéssemos dar um conceito para o nível de sustentabilidade existente no mundo, hoje, certamente a nota estaria entre 0 e 5. Isto porque a humanidade possui como característica mais marcante, um estilo predatório. Viver de forma sustentável pressupõe uma mudança de paradígmas (valores e crenças). Esta mudança levará à mudanças de comportamentos que resultam de uma maneira mais inteligente e racional na forma como nos relacionamos com o meio ambiente, cujo principal protagonista é o ser humano. É fundamental estabelecer um equilíbrio nesta relação.

Esta mudança de comportamento pode começar com atitudes muito simples. Basta seguir as dicas, clique aquihttp://consumidormoderno.uol.com.br/consumo/dicas-para-ter-uma-vida-mais-sustentavel-em-2012

Todos sabem da existência de fontes de energia limpa. Uma alternativa inteligente e racional no uso dos recursos naturais, como por exemplo, a energia solar. Causa-nos surpresa a falta de investimentos neste setor, considerando a localização geográfica do Brasil, próxima a linha do Equador. No entanto, um brasileiro fez a diferença ao inventar a lâmpada movida à energia solar. Vejam:








domingo, 17 de junho de 2012

A FIM DE SER FELIZ, VOCÊ DEVE AMAR!



"A fim de ser feliz, você deve amar - amar com sacrifício, amar a tudo e a todos, e estender uma rede de AMOR por toda parte. Seja quem for que caia nessa rede, é preciso pegá-lo e inundá-lo de AMOR". (Leon Tolstoi)

segunda-feira, 11 de junho de 2012

A sexualidade da pessoa com deficiência



            De acordo com o geneticista Zan Mustacchi, o Brasil possui cerca de 300 mil pessoas com Síndrome de Down. A expectativa de vida deste grupo de indivíduos passou de 15 para 70 anos, certamente como resultado do acesso à informação, à Educação e ao atendimento multidisciplinar que tem proporcionado às pessoas com Síndrome de Down uma melhora na sua qualidade de vida, assim como, a possibilidade de exercerem plenamente sua cidadania.

        Apesar disso, muitos pais impõem limites ao relacionamento afetivo de seus filhos com Síndrome de Down. Estes pais ignoram o fato de que pessoas com Síndrome de Down, apesar de apresentarem limitações de natureza intelectual, são pessoas, como nós, movidas por desejos, sonhos e aspirações. Pessoas que amam e que desejam ser amadas. Pessoas que também estão em busca de sua cara-metade. A quem devemos dispensar os mesmos cuidados que dispensamos aos demais jovens, ou seja, oferecendo-lhes orientação e informação, de modo a que tenham uma vida afetiva equilibrada, segura e feliz.


FELIZ DIA DOS NAMORADOS!!!


Google imagens

Soneto de Fidelidade

De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.

Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento

E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.

Vinícius de Moraes

domingo, 10 de junho de 2012

Uma ótima semana para todos e todas!

"Fracasso não será fracasso, se dele tirarmos uma lição, por isso não tenha medo: arrisque"
Ronald Niednagel


"Sucesso é uma questão de não desistir, e fracasso é uma questão de desistir cedo demais"  Walter Burke


 
ar é o prD"Oenjmfkjfjfjmeiro passo para a conquista de nossos sonhos.

Desejar é o primeiro passo para a conquista de nossos sonhos.

terça-feira, 5 de junho de 2012

Meio Ambiente: do discurso à prática


Aula-passeio no Parque do Mindú
     A reflexão sobre a questão ambiental deve ser diária. Pois, toda e qualquer atitude, desde a hora em que nos levantamos pela manhã até a hora em vamos dormir, exige de nós uma postura consciente em relação ao meio ambiente. Aqui concebido, sobretudo, como o espaço em que vivemos e exercemos nossas atividades cotidianas. Alguém já disse, certa vez, que toda e qualquer ação humana exerce algum impacto, seja positivo ou negativo, produzindo consequências benéficas ou maléficas para o próprio ser humano e o seu entorno.

Coleta Seletiva no entorno da Escola com a turminha
               São frequentes as mobilizações nacionais e internacionais ditas em defesa do meio ambiente. Isto porque, apesar de todos esses “esforços”, questões básicas que geram problemas enormes e que colocam em risco a sobrevivência humana, não parecem estar na pauta destes grandes movimentos. Como por exemplo: a falta de saneamento básico para grande parte da população, cujas cidades, na maioria, não dispõem de sistema de esgoto e nem de coleta seletiva ou projetos inteligentes que possam dar uma destinação adequada às milhares de toneladas de lixo produzidas, diariamente, pela população, principalmente, das grandes cidades.

Compartilhando  conhecimentos - ensinando os colegas a separar o lixo.
  As iniciativas que visavam exterminar as sacolas plásticas parecem ter naufragado. Sacolas plásticas, supostamente, biodegradáveis foram vendidas à população e logo em seguida ficou constatado que as tais sacolas não eram tão ecológicas como se imaginava.


Faltam políticas ambientais e investimentos na reciclagem dos resíduos sólidos. Resíduos sólidos  são aqueles gerados  após a produção, utilização ou transformação de bens de consumos (exemplos: computadores, automóveis, televisores, aparelhos celulares, eletrodomésticos, etc).

“Muitos destes resíduos sólidos são compostos de materiais recicláveis e podem retornar a cadeia de produção, gerando renda para trabalhadores e lucro para empresas. Para que isto ocorra, é necessário que haja nas cidades um bom sistema de coleta seletiva e reciclagem de lixo. Cidades que não praticam este tipo de processo, jogando todo tipo de resíduo sólido em aterros sanitários, acabam poluindo o meio ambiente. Isto ocorre, pois muitos resíduos sólidos levam décadas ou até séculos para serem decompostos.”(www.suapesquisa.com). Dentre eles destacam-se as pilhas e baterias de celulares  que eliminam substâncias altamente tóxicas, causando prejuízos ao solo e a água, se depositados nos aterros sanitários.

Em minha casa e no meu trabalho separo o lixo que pode ser reciclado ou reaproveitado e os encaminho para os Postos de Coleta Seletiva, mesmo sem a certeza de que terão a destinação correta, já que existe uma grande probabilidade de que sejam encaminhados para os aterros sanitários, em razão da falta de investimentos e políticas sérias no tratamento destinado ao lixo.
Minha turminha abraçando a árvore.

É lamentável que grande parte dos discursos que ouvimos em favor da preservação do Meio Ambiente, não passam de meros discursos já que não se convertem em ações práticas que possam, efetivamente, mudar a relação  equivocada que o homem mantem com a natureza; o espaço onde vive e pretende ser feliz.

O futuro será promissor se pudermos deixar para as futuras gerações o melhor exemplo, no que tange ao respeito com o Meio Ambiente. Que não pode se limitar, apenas, ao cumprimento de um conteúdo didático, mas, ações concretas e cotidianas de preservação ambiental.

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Abuso sexual na infância: é preciso tocar nesta ferida


Recentemente,  a sociedade brasileira  ficou estarrecida diante do depoimento ao Fantástico da apresentadora Xuxa,  que relatou sobre o abuso sexual vivido na infância. Posteriormente,  os meios de comunicação informaram que em razão deste depoimento um número crescente de denúncias vieram à tona pelo Disque 100.  Denúncias que partiram de jovens adolescentes que se sentiram encorajadas a falar sobre uma dor para a qual,  lamentavelmente, não há remédio. Uma dor que é obrigada a se calar diante da impunidade que parece ser a regra, no Brasil.
Temos  consciência da existência do abuso sexual na infância. Assim como, também estamos cientes  das inúmeras dificuldades para vencer  este “câncer”  social. Este me pareceu o termo mais apropriado para descrever uma agressão tão covarde e monstruosa. E, podem ter a certeza do quanto está sendo difícil  falar sobre isso.  No entanto, tenho o dever moral de fazê-lo, como pessoa, profissional e mãe.
Aos 9 anos de idade fui surpreendida pelos “carinhos” do meu pai, que vez por outra nos visitava, pois estava separado de minha mãe. No início, pensei que se tratasse de um carinho mesmo. Ele  estava bêbado e me puxou para deitar com ele numa rede que estava estendida na sala. Colocou-me deitada sobre sí,  e começou, então, a passar a mão no meu corpo,  concentrando  seus “carinhos” em minhas partes íntimas. Quando isto aconteceu, comecei a sentir que algo não estava certo, pois os “carinhos” estavam me machucando, tanto física quanto espiritualmente. Não demorou, e, em seguida,  ele fez um movimento na direção de seu orgão genital. Neste instante, de forma impulsiva, pulei da rede e corri para o quintal, ficando lá por horas, no escuro, enquanto minha mãe conversava com a vizinha, totalmente alheia ao que estava acontecendo comigo.
Não consigo lembrar como dormi naquela noite. Mas, aquele episódio manchou minha alma, tirou minha inocência, pois,  já não podia me sentir pura, mesmo não tendo sido violentada. Mesmo assim,   sentia-me como tal.
No dia seguinte, meu pai foi embora, e toda vez que ele voltava,  eu me escondia  até que ele pegasse no sono. Demorei a contar para alguém. Tinha medo das consequências, pois ele era muito violento.  Nasci, vendo meu pai espancando  minha mãe;  é uma cena terrível para uma criança. Eu não desejava que isto acontecesse novamente. Por essa razão acabei contado para a minha irmã mais velha, que em seguida contou para minha mãe. Ela, então, o expulsou de casa. No entanto, antes de sair ele deixou sua marca: espancou minha mãe e meus irmãos. Não preciso nem dizer o quanto me senti  responsável por isso.
As consequências de uma experiência de abuso sexual, dentro da própria casa, por uma pessoa que deveria te proteger, são inúmeras. Pessoalmente, insegurança e  baixa autoestima foram as que mais me afetaram.
Meu pai faleceu há alguns anos atrás, vítima de  uma acidente de trânsito. Antes de morrer,  ficou em estado de coma e não mais retornou. Durante este período, estive com ele no hospital  e pedi muito por sua recuperação.  No seu sepultamento, pedi perdão por não amá-lo como gostaria.
Recentemente, tenho pensado em como trabalhar a temática do abuso sexual com as crianças do meu CMEI,  de modo que elas possam identificar  o bom carinho e o  mal carinho. É preciso desde cedo saber a diferença entre ambos.
Juridicamente, o estupro foi considerado um crime hediondo. Qualquer tentativa de abuso sexual  deve ser considerada um crime hediondo. Não podemos ser tolerantes com tal violência. Não podemos ter vergonha de falar sobre isso. Pois quem  se beneficia do silêncio é o agressor.
“Com a reformulação do Código Penal, em 2009, qualquer tipo de contato sexual com crianças e adolescentes, mesmo sem conjunção carnal, passou a ser considerado estupro e, portanto, qualificado como crime hediondo. A Lei 12.015, de 7 de agosto daquele ano, passou a tratar de forma mais rigorosa os agora chamados crimes contra a dignidade sexual. Houve o agravamento de penas e medidas processuais, sobretudo para os crimes cometidos contra menores de idade.” (http://www.em.com.br). As penas podem chegar a 15 anos de reclusão e qualquer pessoa pode apresentar a denúncia, o que não ocorria anteriormente. As mães, também, não podem ser omissas. Devemos estar vigilantes, pois o agressor pode estar mais perto do que se imagina.