"As crianças aprendem o que vivenciam..." Este espaço visa promover a reflexão e a prática pedagógica na perspectiva de construirmos, coletivamente, uma Educação comprometida com o bem estar de todos e em favor, especialmente, da felicidade de nossas crianças.
sexta-feira, 29 de junho de 2012
quarta-feira, 27 de junho de 2012
TEMPLE GRANDIN E O AUTISMO
Uma
das principais queixas dos familiares de pessoas com autismo é a falta de
informação e orientação sobre a síndrome. Muitos se sentem impotentes diante de
uma criança com autismo; por não saberem como agir diante de seu comportamento
estereotipado, sua fixação em determinados objetos e as tão indesejáveis “birras”.
Para responder a algumas das indagações que cercam o mundo das pessoas envolvidas
com o autismo, considero muito oportuna a
leitura do artigo científico da Dra. Temple Grandin.
Nele, dentre outras contribuições, a autora
destaca sua trajetória de vida com o autismo, desde a infância até a vida
adulta. Temple é conhecida mundialmente por seu trabalho em favor do autismo.
Temple
foi diagnosticada com autismo aos 2 anos de idade, em 1950. Na época, pouco
conhecimento havia sobre a síndrome. Aos 4 anos começou a falar com a ajuda de
uma fonoaudióloga.
Sobre
a capacidade de pensar visualmente, Temple relata no artigo um aspecto curioso
desse pensamento, ao explicar como fazia para compreender a oração do “Pai
Nosso”:
“Quando eu era pequena, eu precisava visualizar a
oração do "Pai Nosso" para compreendê-la. O "poder e a
glória" eu via como torres elétricas de alta tensão e um imenso arco-íris
brilhante formando um sol. A palavra "transgressão" era visualizada
como um sinal de "proibido traspassar" preso na árvore do meu
vizinho. Algumas partes da oração eram simplesmente incompreensíveis para mim.
O único tipo de oração não visual que eu tenho é quando eu penso em música.”
Sobre
o seu processo de alfabetização, Temple destaca a importância de sua mãe como
alfabetizadora e do método que esta utilizou:
“A minha mãe foi a minha salvação no que diz
respeito à leitura. Eu nunca teria sido capaz de aprender pelo método que
requer a memorização de centenas de palavras. Palavras são muito abstratas para
se lembrar. Ela me ensinou através de fonemas antigos, que não são usados
atualmente. Depois que eu trabalhei bastante e aprendi todos os sons, eu fui
capaz de ler as palavras. Para me motivar, ela lia uma página e parava
subitamente na parte mais empolgante. Eu tinha que ler a próxima sentença.
Gradualmente, ela foi lendo menos e menos. A Sra. David W. Eastham do Canadá
ensinou seu filho autista a ler, com métodos similares, fazendo uso de alguns
métodos montessorianos. Muitos professores pensavam que o menino fosse
retardado. Ele aprendeu a se comunicar datilografando e veio a escrever lindas
poesias. Douglas Biklen da Universidade de Syracuse, já conseguiu ensinar
algumas pessoas autistas não-verbais a escrever fluentemente na máquina de
escrever. A princípio, para evitar repetição em uma só tecla, os pulsos são
sustentados por outra pessoa. “
Sobre
as fixações tão comuns no comportamento autista, Temple nos apresenta os seus
significados. Em seguida, orienta os professores sob como tirar proveito delas
em favor da criança com autismo, de modo que possam representar o início de uma
carreira profissional futura:
“Outra das minhas fixações eram as portas de correr
de vidro. No início eu estava interessada nelas porque eu gostava da sensação
de vê-las se movimentando. Depois, gradualmente as portas tiveram outro
significado para mim. (...) Um adolescente autista que tenha interesses desse
tipo pode ser estimulado a aprender mais sobre ciências. Se o meu professor
tivesse me desafiado a aprender os mecanismos e partes eletrônicas da porta de
correr, eu provavelmente teria entrado na área de eletrônica. As fixações podem ser tremendos
motivadores e os professores precisam usar essa ferramenta. Quando os
interesses da criança são estreitos é preciso trabalhar para aumentá-los e
transformá-los em atividades construtivas. O mesmo princípio pode ser aplicado
tanto em crianças com um comprometimento pequeno quanto crianças com
comprometimento mais forte com o autismo. Simons e Sabine (1987) dão uma lista
com muitos bons exemplos.”(...) Muitas das minhas fixações, à princípio,
estavam relacionadas aos meus sentidos. Quando eu estava na quarta série,
gostava de usar um certo tipo de propaganda eleitoral que era feita de duas
placas de madeira presas de maneira que eu as vestia como se fosse um vestido.
Na verdade, eu gostava de me sentir um sanduíche com as placas na frente e
atrás. Alguns terapeutas dizem que o uso de uma veste mais pesada
freqüentemente reduz a hiperatividade”.
Com
base em sua experiência, Temple defende a necessidade da intervenção precoce
para tratar o autismo, assim como professores qualificados para prestar apoio e
direcionar suas fixações.
Uma ótima
leitura! Acesse o artigo completo aqui: http://www.autismo-br.com.br/home/Grandin1.htm
segunda-feira, 25 de junho de 2012
MINHA EXPERIÊNCIA PEDAGÓGICA COM O AUTISMO
Em 2005,
recebi o convite para atuar como pedagoga no então Centro Municipal de Educação
Especial, pertencente à Secretaria Municipal de Educação em Manaus/Am. Fiquei surpresa com o convite, já que não
possuía nenhuma qualificação nesta área, ao mesmo tempo em que me senti
desafiada a aceitá-lo, movida por questões éticas e morais.
É muito comum
ouvir de profissionais da educação a justificativa de que não podem atender uma
criança com deficiência em razão de não possuírem formação específica para tal.
No entanto, os profissionais que atendem às crianças com deficiência, na
maioria das vezes, não tiveram formação específica, na graduação, para atuarem
na área. Sendo assim, assumem a
responsabilidade por sua formação, participando, constantemente, de cursos,
seminários e congressos (quando podem arcar com os custos ou são gratuitos). Além
de muitas leituras sobre o tema, buscando sempre articulá-las a sua prática
pedagógica.
Durante
os anos de assessoramento às turmas que atendiam crianças com deficiência nos
incomodava a falta de criatividade de uma parcela dos professores no uso dos
recursos pedagógicos. Em geral, a atividade de rotina centrava-se, sempre, na
realização de exercícios no caderno ou mimeografados. O objetivo era,
parecia-nos, manter o aluno sentado na cadeira, realizando infindáveis cópias,
muitas vezes sem o mesmo ter compreensão
alguma do que estava fazendo. Um ato mecânico, desprovido de sentido. Outro
desconforto era perceber que havia alunos que permaneciam longos períodos na
Classe Especial sob a justificativa de que não estavam aptos a serem integrados
ao ensino regular. Alguma coisa estava errada.
Essa
foi a razão pela qual decidimos elaborar um projeto de intervenção pedagógica
baseado no uso dos jogos de regras como forma de mediar a aprendizagem, de modo
a auxiliar tanto o aluno quanto o professor. Um ano depois, vimos que poderíamos usar esse mesmo projeto em
turmas de alunos com autismo, matriculados na Escola Especial André Vidal de
Araújo. Tínhamos a crença de que era
possível ajudar às crianças com autismo a vencerem algumas de suas limitações
no âmbito da interação, comunicação e aprendizagem, através da aplicação dos
jogos de regras.
Sabemos
que uma das principais dificuldades das
crianças que apresentam autismo está em estabelecerem interações positivas com
o outro, de modo que isto acaba afetando a sua comunicação e o desenvolvimento
de sua linguagem. Nesse sentido, é preciso investir recursos e estratégias
pedagógicas visando sua socialização, de modo a estimular e desenvolver tais
competências.
Alguns
imaginam que para lidar com uma criança com TEA (Transtorno do espectro do autismo), devemos nos moldar ao seu comportamento, na
verdade é justamente o contrário ou não faria sentido falar em socialização para esses pequenos.
Desse modo a
aplicação dos jogos de regras cumpriu muito bem o seu papel, já que são capazes
de promover a interação mediada pela atividade lúdica, de um modo muito
agradável e “indolor” para crianças com autismo. A troca, a partilha, a
observância do limite entre a minha ação e a ação do outro, estimulam o
desenvolvimento do autocontrole da conduta e consequente autonomia.
Além disso, as
crianças atendidas foram capazes de desenvolver habilidades sociais muito
importantes, tal como aprender a lidar com suas próprias frustrações, no
momento em que perdiam no jogo. No início, evidentemente, ocorreram às birras,
mas, com o passar do tempo - à medida que as regras do jogo eram assimiladas - elas
foram cedendo a uma atitude de resiliência, o que significou para nós um grande
avanço. Como esse tipo de habilidade só pode ser aprendido na prática, a
convivência social através do jogo foi fundamental.
Crianças com
autismo são, sobretudo crianças, dotadas de uma personalidade própria. Não existe uma
criança com autismo igual à outra com o mesmo transtorno. Não faz sentido
buscar estabelecer procedimentos pedagógicos baseados em padrões de
comportamentos autistas que só existem na literatura médica.
Não existe um padrão único de comportamento
que caracterize as crianças com autismo, da mesma forma que não existe um
padrão único que caracterize os ditos normais. Sendo assim, não existe uma
receita pronta, uma orientação prévia. Somente o contato com uma criança com
autismo nos permitirá conhecê-la e entender que ela é produto muito mais das
interações que estabelece com o meio do que fruto, apenas, de um transtorno.
Muitos
profissionais por conhecerem profundamente os padrões que caracterizam um
comportamento autista, ao se depararem com o sujeito real, não conseguem
enxergá-lo, pois o que eles veem é, somente, o Autismo.
No entanto, ao
se permitirem conhecer crianças com autismo percebem que não existe um
comportamento homogêneo neste grupo, apesar de todos apresentarem limitações no
processo de interação em maior ou menor grau. Quando isto acontece chegam a
duvidar que determinadas crianças tenham autismo já que estas não se encaixam
na maioria das características descritas pela literatura médica.
Não estamos negando
a existência do Autismo. O nosso desejo é que as pessoas passem a enxergar as
crianças com autismo, antes de tudo, como crianças. Para as quais a educação no
âmbito familiar e escolar são tão importantes para elas quanto para qualquer outra
criança.
Não desejamos
que todo comportamento de uma criança com Autismo seja justificado, apenas, pelo transtorno. Já que dependendo da natureza das interações que estabelece com o meio e os sujeitos, sua resposta poderá ser positiva ou não. O fato é que
não é possível definir os limites entre o que é resultado do transtorno e o que não
é. Para alguns, todo o comportamento da criança é justificado pelo Autismo,
porque é a única coisa que as pessoas enxergam: uma “criança autista”. Quando
deveriam enxergar uma criança com Autismo. O autismo é apenas um dos seus atributos.
Essa mudança
de perspectiva faria uma enorme diferença no atendimento às crianças com
Autismo. Talvez assim, poderíamos encontrar mais respostas do que indagações.
De antemão, podemos afirmar que existe um leque de possibilidades, pois, em
condições favoráveis,
pessoas com autismo podem se desenvolver de forma plena e saudável. É nisso que
acreditamos.
Nota:
Existe um
registro em vídeo do trabalho realizado com estas crianças no ambiente da
Escola Especial, em 2010.
Este relato
foi elaborado no período em que a pedagoga Solange Oliveira atuou como
assessora pedagógica das Classes Especiais, Salas de Recursos e Escola Especial
sob a coordenação da Profa. RENI FORMIGA, gestora da Gerência de Educação Especial da Secretaria Municipal de
Educação, em Manaus/Am, em 2010.
quarta-feira, 20 de junho de 2012
CONSCIÊNCIA AMBIENTAL NA RIO+20
Representantes
dos Governos do mundo inteiro são os convidados especiais da Conferência Rio+20, cuja principal tarefa consiste na elaboração de um documento, fruto
do consenso nos debates e reflexões, na
perspectiva, espera-se, da construção de um mundo mais sustentável. Vinte anos após a conferência anterior,
realizada no Rio em 1992, teremos mais uma vez a oportunidade de refletir, em
âmbito nacional e internacional, sobre o futuro que desejamos para o mundo nos
próximos vinte anos.
O maior
desafio para os líderes mundiais e os mais variados segmentos sociais está na
capacidade de definir uma equação que possa reduzir a pobreza;
promovendo justiça social e preservação ambiental.
“A definição
mais usada para o desenvolvimento sustentável é:
O
desenvolvimento que procura satisfazer as necessidades da geração atual, sem
comprometer a capacidade das gerações futuras de satisfazerem as suas próprias
necessidades, significa possibilitar que as pessoas, agora e no futuro, atinjam
um nível satisfatório de desenvolvimento social e econômico e de realização
humana e cultural, fazendo, ao mesmo tempo, um uso razoável dos recursos da
terra e preservando as espécies e os habitats naturais”. (www.wikipedia.org)
Se pudéssemos
dar um conceito para o nível de sustentabilidade existente no mundo, hoje, certamente
a nota estaria entre 0 e 5. Isto porque a humanidade possui como característica
mais marcante, um estilo predatório. Viver de forma sustentável pressupõe uma
mudança de paradígmas (valores e crenças). Esta mudança levará à mudanças de
comportamentos que resultam de uma maneira mais inteligente e racional na forma
como nos relacionamos com o meio ambiente, cujo principal protagonista é o ser
humano. É fundamental estabelecer um equilíbrio nesta relação.
Esta mudança
de comportamento pode começar com atitudes muito simples. Basta seguir as
dicas, clique aquihttp://consumidormoderno.uol.com.br/consumo/dicas-para-ter-uma-vida-mais-sustentavel-em-2012
Todos sabem da
existência de fontes de energia limpa. Uma alternativa inteligente e racional
no uso dos recursos naturais, como por exemplo, a energia solar. Causa-nos
surpresa a falta de investimentos neste setor, considerando a localização
geográfica do Brasil, próxima a linha do Equador. No entanto, um brasileiro fez
a diferença ao inventar a lâmpada movida à energia solar. Vejam:
domingo, 17 de junho de 2012
A FIM DE SER FELIZ, VOCÊ DEVE AMAR!
segunda-feira, 11 de junho de 2012
A sexualidade da pessoa com deficiência
De acordo com o geneticista Zan Mustacchi, o Brasil possui cerca de 300 mil pessoas com Síndrome de Down. A expectativa de vida deste grupo de indivíduos passou de 15 para 70 anos, certamente como resultado do acesso à informação, à Educação e ao atendimento multidisciplinar que tem proporcionado às pessoas com Síndrome de Down uma melhora na sua qualidade de vida, assim como, a possibilidade de exercerem plenamente sua cidadania.
Apesar disso, muitos pais impõem limites ao relacionamento afetivo de seus filhos com Síndrome de Down. Estes pais ignoram o fato de que pessoas com Síndrome de Down, apesar de apresentarem limitações de natureza intelectual, são pessoas, como nós, movidas por desejos, sonhos e aspirações. Pessoas que amam e que desejam ser amadas. Pessoas que também estão em busca de sua cara-metade. A quem devemos dispensar os mesmos cuidados que dispensamos aos demais jovens, ou seja, oferecendo-lhes orientação e informação, de modo a que tenham uma vida afetiva equilibrada, segura e feliz.
FELIZ DIA DOS NAMORADOS!!!
Google imagens
Soneto de Fidelidade
De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.
Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento
E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama
Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.
Vinícius de Moraes
domingo, 10 de junho de 2012
Uma ótima semana para todos e todas!
"Fracasso não será fracasso, se dele tirarmos uma lição, por isso não tenha medo: arrisque"
Ronald Niednagel
"Sucesso é uma questão de não desistir, e fracasso é uma questão de desistir cedo demais" Walter Burke
ar é o
prD"Oenjmfkjfjfjmeiro passo para a conquista de nossos sonhos.
Desejar é o
primeiro passo para a conquista de nossos sonhos.
terça-feira, 5 de junho de 2012
Meio Ambiente: do discurso à prática
| Aula-passeio no Parque do Mindú |
A reflexão
sobre a questão ambiental deve ser diária. Pois, toda e qualquer atitude, desde
a hora em que nos levantamos pela manhã até a hora em vamos dormir, exige de nós
uma postura consciente em relação ao meio ambiente. Aqui concebido, sobretudo,
como o espaço em que vivemos e exercemos nossas atividades cotidianas. Alguém
já disse, certa vez, que toda e qualquer ação humana exerce algum impacto, seja
positivo ou negativo, produzindo consequências benéficas ou maléficas para o
próprio ser humano e o seu entorno.
| Coleta Seletiva no entorno da Escola com a turminha |
São frequentes as mobilizações nacionais e internacionais ditas em defesa do meio ambiente.
Isto porque, apesar de todos esses “esforços”, questões básicas que geram
problemas enormes e que colocam em risco a sobrevivência humana, não parecem
estar na pauta destes grandes movimentos. Como por exemplo: a falta de
saneamento básico para grande parte da população, cujas cidades, na maioria,
não dispõem de sistema de esgoto e nem de coleta seletiva ou projetos
inteligentes que possam dar uma destinação adequada às milhares de toneladas de
lixo produzidas, diariamente, pela população, principalmente, das grandes
cidades.
![]() |
| Compartilhando conhecimentos - ensinando os colegas a separar o lixo. |
As iniciativas
que visavam exterminar as sacolas plásticas parecem ter naufragado. Sacolas plásticas,
supostamente, biodegradáveis foram vendidas à população e logo em seguida ficou
constatado que as tais sacolas não eram tão ecológicas como se imaginava.
Faltam
políticas ambientais e investimentos na reciclagem dos resíduos sólidos.
Resíduos sólidos são aqueles gerados após a produção, utilização ou transformação
de bens de consumos (exemplos: computadores, automóveis, televisores, aparelhos
celulares, eletrodomésticos, etc).
“Muitos destes
resíduos sólidos são compostos de materiais recicláveis e podem retornar a
cadeia de produção, gerando renda para trabalhadores e lucro para empresas.
Para que isto ocorra, é necessário que haja nas cidades um bom sistema de
coleta seletiva e reciclagem de lixo. Cidades que não praticam este tipo de
processo, jogando todo tipo de resíduo sólido em aterros sanitários, acabam
poluindo o meio ambiente. Isto ocorre, pois muitos resíduos sólidos levam
décadas ou até séculos para serem decompostos.”(www.suapesquisa.com). Dentre
eles destacam-se as pilhas e baterias de celulares que eliminam substâncias altamente tóxicas,
causando prejuízos ao solo e a água, se depositados nos aterros sanitários.
Em minha casa
e no meu trabalho separo o lixo que pode ser reciclado ou reaproveitado e os
encaminho para os Postos de Coleta Seletiva, mesmo sem a certeza de que terão a
destinação correta, já que existe uma grande probabilidade de que sejam
encaminhados para os aterros sanitários, em razão da falta de investimentos e
políticas sérias no tratamento destinado ao lixo.
| Minha turminha abraçando a árvore. |
É lamentável
que grande parte dos discursos que ouvimos em favor da preservação do Meio
Ambiente, não passam de meros discursos já que não se convertem em ações
práticas que possam, efetivamente, mudar a relação equivocada que o homem mantem com a natureza; o espaço onde vive e pretende ser feliz.
O futuro será promissor se pudermos deixar para as futuras gerações o melhor exemplo, no que tange ao respeito com o Meio Ambiente. Que não pode se limitar, apenas, ao cumprimento de um conteúdo didático, mas, ações concretas e cotidianas de preservação ambiental.
O futuro será promissor se pudermos deixar para as futuras gerações o melhor exemplo, no que tange ao respeito com o Meio Ambiente. Que não pode se limitar, apenas, ao cumprimento de um conteúdo didático, mas, ações concretas e cotidianas de preservação ambiental.
sexta-feira, 1 de junho de 2012
Abuso sexual na infância: é preciso tocar nesta ferida
Recentemente, a sociedade brasileira ficou estarrecida diante do depoimento ao
Fantástico da apresentadora Xuxa, que
relatou sobre o abuso sexual vivido na infância. Posteriormente, os meios de comunicação informaram que em
razão deste depoimento um número crescente de denúncias vieram à tona pelo
Disque 100. Denúncias que partiram de
jovens adolescentes que se sentiram encorajadas a falar sobre uma dor para a qual,
lamentavelmente, não há remédio. Uma dor
que é obrigada a se calar diante da impunidade que parece ser a regra, no
Brasil.
Temos consciência da existência do abuso sexual na
infância. Assim como, também estamos cientes das inúmeras dificuldades para vencer este “câncer” social. Este me pareceu o termo mais apropriado
para descrever uma agressão tão covarde e monstruosa. E, podem ter a certeza do
quanto está sendo difícil falar sobre
isso. No entanto, tenho o dever moral de
fazê-lo, como pessoa, profissional e mãe.
Aos 9 anos de idade fui
surpreendida pelos “carinhos” do meu pai, que vez por outra nos visitava, pois
estava separado de minha mãe. No início, pensei que se tratasse de um carinho
mesmo. Ele estava bêbado e me puxou para
deitar com ele numa rede que estava estendida na sala. Colocou-me deitada sobre
sí, e começou, então, a passar a mão no
meu corpo, concentrando seus “carinhos” em minhas partes íntimas. Quando
isto aconteceu, comecei a sentir que algo não estava certo, pois os “carinhos”
estavam me machucando, tanto física quanto espiritualmente. Não demorou, e, em
seguida, ele fez um movimento na direção
de seu orgão genital. Neste instante, de forma impulsiva, pulei da rede e
corri para o quintal, ficando lá por horas, no escuro, enquanto minha mãe conversava
com a vizinha, totalmente alheia ao que estava acontecendo comigo.
Não consigo lembrar como dormi naquela
noite. Mas, aquele episódio manchou minha alma, tirou minha inocência,
pois, já não podia me sentir pura, mesmo
não tendo sido violentada. Mesmo assim, sentia-me como tal.
No dia seguinte, meu pai foi
embora, e toda vez que ele voltava, eu
me escondia até que ele pegasse no sono.
Demorei a contar para alguém. Tinha medo das consequências, pois ele era muito
violento. Nasci, vendo meu pai espancando minha mãe; é uma cena terrível para uma
criança. Eu não desejava que isto acontecesse novamente. Por essa razão acabei
contado para a minha irmã mais velha, que em seguida contou para minha mãe. Ela,
então, o expulsou de casa. No entanto, antes de sair ele deixou sua marca: espancou
minha mãe e meus irmãos. Não preciso nem dizer o quanto me senti responsável por isso.
As consequências de uma
experiência de abuso sexual, dentro da própria casa, por uma pessoa que deveria
te proteger, são inúmeras. Pessoalmente, insegurança e baixa autoestima foram as que mais me afetaram.
Meu pai faleceu há alguns anos
atrás, vítima de uma acidente de
trânsito. Antes de morrer, ficou em
estado de coma e não mais retornou. Durante este período, estive com ele no
hospital e pedi muito por sua
recuperação. No seu sepultamento, pedi
perdão por não amá-lo como gostaria.
Recentemente, tenho pensado em
como trabalhar a temática do abuso sexual com as crianças do meu CMEI, de modo que elas possam identificar o bom carinho e o mal carinho. É preciso desde cedo saber a diferença entre ambos.
Juridicamente, o estupro foi
considerado um crime hediondo. Qualquer tentativa de abuso sexual deve ser considerada um crime hediondo. Não
podemos ser tolerantes com tal violência. Não podemos ter vergonha de falar
sobre isso. Pois quem se beneficia do
silêncio é o agressor.
“Com a reformulação do Código
Penal, em 2009, qualquer tipo de contato sexual com crianças e adolescentes,
mesmo sem conjunção carnal, passou a ser considerado estupro e, portanto,
qualificado como crime hediondo. A Lei 12.015, de 7 de agosto daquele ano,
passou a tratar de forma mais rigorosa os agora chamados crimes contra a
dignidade sexual. Houve o agravamento de penas e medidas processuais, sobretudo
para os crimes cometidos contra menores de idade.” (http://www.em.com.br). As penas podem chegar a
15 anos de reclusão e qualquer pessoa pode apresentar a denúncia, o que não
ocorria anteriormente. As mães, também, não podem ser omissas. Devemos estar vigilantes, pois o agressor pode estar mais perto do que se imagina.
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