1. “Não manterás seu filho preso
em casa”
Todos nós sabemos como é difícil
sair com crianças autistas para restaurantes, viagens, shoppings, aniversários
e outros eventos sociais. Muitas vezes, nossos filhos tendem a correr sem rumo,
não sabem esperar e se sentem incomodados com a quantidade de estímulos que
encontram no ambiente externo. Mas o único jeito de ensiná-los a se comportar
nesses lugares – e a tolerar o excesso de estímulos – é estando com eles nesse
momento. Não poupando-os e mantendo-os sempre na sua zona de conforto.
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| Espaço do Autista - EAMAAR/Manaus-AM |
Por outro lado, vivemos dizendo
que o mundo precisa aprender a lidar com a diversidade. Mas como, se as pessoas
que são “diferentes”, muitas vezes, mal saem de casa? Temos, também, esse papel
social de acostumar a sociedade a conviver com a diferença dos nossos filhos. Se
você vê seu filho como um “coitado” incapaz de conviver em sociedade, é assim
que ele será visto pelos outros também.
2. “Não terás medo de trocar as
terapeutas”
Por mais que a gente queira
manter um certo distanciamento profissional, acabamos nos envolvendo com as
terapeutas dos nossos filhos. E, quando notamos que aquela abordagem não está
mais fazendo o efeito desejado, nos sentimos culpadas por sequer pensar em
trocar aquela profissional…a gente acaba levando muito pro lado pessoal. Mas
isso faz parte da vida: terapias param de funcionar. Você substitui e, daí há
um tempo, pode ser que volte à primeira. É importante seguir o seu feeling. Faz
quantos meses que você não nota nenhum progresso palpável no desenvolvimento do
seu filho? Pode ser essa a hora de variar a abordagem.
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3. “Procurarás ter contato com
outras mães na mesma situação”
Esse, pra mim, é um dos
principais. Quando nosso filho recebe um diagnóstico de autismo, nos sentimos
sem chão. Acabamos confiando totalmente naquele médico que deu o diagnóstico e
no direcionamento que ele vai dar para o tratamento. Isso não é errado nem
ruim. Mas, acontece que há muitas mães por aí que, após longos anos nessa
caminhada, acabam sabendo mais sobre tratamentos e abordagens que muitos
médicos. Mães totalmente autodidatas e dispostas a compartilhar esse
conhecimento. E você pode poupar um tempo precioso se resolver ouvi-las. Nada
substitui a experiência de uma pessoa que passou pela mesma situação que você!
4. “Questionarás a tudo e a
todos”
O médico sugeriu uma medicação?
Tente entender o porquê e se ela realmente é indispensável. Uma conhecida te
sugeriu um tratamento? Procure na internet, converse com outros pais, entenda
se faz sentido. A terapeuta se fecha com seu filho na sala e você não sabe o
que se passa durante a sessão? Solicite a ela uma filmagem para acompanhar. É
seu direito como mãe ou pai! Você não pode ficar no escuro! Não aceite nada
“goela abaixo” sem estar totalmente confortável e sem entender perfeitamente do
que se trata. É da vida do seu filho que estamos falando.
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5. “Acreditarás no potencial do
seu filho”
Isso pode fazer toda a diferença.
Se a criança sente que o pai ou mãe não acredita que ela pode superar seus
próprios desafios, por que ela vai tentar? Se um profissional sente que os pais
não levam muita fé naquela criança, por que vai se esforçar para fazê-la
progredir?
Acredite no seu filho! Ele vai
retribuir!
Acredite no seu filho! Ele vai
retribuir!
6. “Repetirás, persistirás e
insistirás sempre”
Muitas vezes, as crianças com
dificuldades de aprendizado precisam de MUITA repetição para absorverem um
comportamento ou habilidade nova. Isso pode ser extremamente cansativo para os
pais.
Lembro quando estávamos tentando
ensinar o Theo a apontar para o que queria, aos 2 anos de idade, já com o
diagnóstico de autismo. Pegávamos aquela mãozinha gordinha e miúda, esticávamos
o dedinho indicador e falávamos “aponta, Theo, com o seu dedinho”. Quantas
vezes eu chorei, quantas vezes eu pensei que era tudo em vão, porque ele parecia
não fazer o menor esforço para esticar aquele dedo. Até que um dia…após um ano
de tentativas, ele começou a apontar para tudo, frenético, sem parar! O mesmo
aconteceu com o “dá”. Foi-se, aí, mais de um ano de tentativas. O uso do Ipad,
também.
Insista e nunca desista! Um dia,
aquela habilidade vai vir!
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7. “Não compararás seu filho com
as outras crianças”
Apesar de ser muito, MUITO
difícil, isso é uma coisa que temos que trabalhar. Assim que temos o
diagnóstico, em meio ao luto e ao sofrimento, tendemos a comparar nossos filhos
com outras crianças típicas da mesma idade. Isso é muito doloroso, porque logo
percebemos a distância que há entre o desenvolvimento de uns e outros.
Após algum tempo, passamos a
comparar nossos filhos autistas com outras crianças no espectro. E isso também
não é legal. Sempre vai haver uma criança que falou antes, ou que aprendeu a
brincar de carrinho antes, ou que deixou as fraldas antes. O espectro é muito
amplo, e se você fica comparando seu filho a outras crianças, perde o foco das
características incríveis e únicas que só ele tem.
Compare seu filho de hoje com
quem ele era há 3 meses. Assim, fica mais fácil e mais justo, concorda?
8. “Não falarás do seu filho como
se ele não estivesse ali”
Algumas crianças autistas podem
não falar, mas entendem TUDO. Já cansei de ouvir relatos de mães de crianças
que só falaram após os 6 anos de idade, mas que contavam coisas de quando
tinham apenas 4…e não falavam. Imagine como deve ser ouvir uma pessoa falando
de você, na sua frente, e você não conseguir se manifestar a respeito?
9. “Não perderás o sono pensando
no futuro”
Ninguém sabe o que o futuro
reserva. A ciência tem feito grandes progressos. As intervenções terapêuticas
estão cada vez mais precisas. Acredite que tem algo de bom esperando o seu
filho no futuro! Invista na independência dele e espere para colher os frutos.
Faça a sua parte, mas não perca o sono pensando no “e se”. Isso só traz
ansiedade, tristeza, e nenhum ganho para a família.
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10. “Aprenderás a levar a vida
com mais leveza”
A falta de tato social dos nossos
filhos autistas provoca situações embaraçosas às vezes. O Theo, por exemplo,
tem a mania de se aproximar das pessoas pegando no bumbum…
Claro que devemos ensinar sempre
os comportamentos mais apropriados aos nossos filhos, mas que tal não morrer
por causa de certas situações? Seu filho limpou a boca na roupa da tia? Peça
desculpas a ela, diga a ele que é no guardanapo que ele deve limpar a boca e vá
rir no cantinho. As coisas têm o peso que damos a elas, concorda?
11. “Não terás vergonha de pedir
ajuda”
Vivemos correndo uma maratona.
Matando vários leões por dia. Nossa vida não é fácil. Parece que a gente não
pode nem se dar ao luxo de ficar doente (falei disso no último post). Se você
está esgotado, não vê luz no fim do túnel, está deprimido, não consegue cuidar
do seu filho como deveria, PEÇA AJUDA! Há vários grupos de pais na internet,
várias ong’s, várias pessoas dispostas a ajudar quem precisa.
Nos Estados Unidos, quando uma
criança é diagnosticada com autismo, é assumido que toda a família deve ser “tratada”.
Todos precisam de suporte psicológico. Para que você possa ajudar seu filho,
precisa estar bem. “Coloque sua máscara de oxigênio primeiro”.
É uma frase batida, mas muito
importante!
Autora: Andrea Werner Bonoli
|http://lagartavirapupa.com.br






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